domingo, 20 de outubro de 2019

QUANDO AS PEDRAS SÃO FIGURAS, no Cabo Carvoeiro


UM DIA, coloquei a mochila ás costas e decidi fazer uma caminhada com cerca de 12 km, no Cabo Carvoeiro. Em Peniche. Mas desta vez, queria fazer diferente. Mais junto aos precipícios, com o objetivo de procurar, ou sentir as diferenças das rochas, ou o que Elas poderiam simbolizar, ou comparar com a vida real. Consegui, porque ao observar com atenção, e conjugando com as possíveis posições, à medida que ía circulando, vão parecendo algo do meu dia a dia, ou parecido com cenas da vida real. Por isso criei, ou mesmo imaginei um tema para algumas fotos, o qual entre todas, logo esta, a primeira foto... da rainha, foi a mais evidente. E depois a terceira... do pelotão do exército. Mas de resto, de forma geral todas elas são interessantes. Á medida que ía desviando mais para o lado, ou circulando, logo se perdia essa visão das mesmas rochas, o que Elas simbolizavam, ou fazia imaginar. Por isso, não foi fácil tal tarefa. Mais uma vez, me dediquei a algo que muito queria que fosse diferente. Não só na passagem pelo local, circulando normalmente de carro ou a pé, simplesmente, porque assim, não se vislumbra nada,  ou melhor. Só, o que está a vista. Mais uma vez ficou para a minha história algo que jamais esquecerei. Um dia quase inteiro caminhando pelo Cabo Carvoeiro procurando o que elas escondem da minha visão.


         A Rainha sentada observando o horizonte marinho.Ao seu lado esquerdo, o cão a observa e a protege. Atrás, a ama embala e acalenta seu bebé, dormindo.

      AH, Aqui nesta ilhota podemos descansar porque o bicho homem não consegue aqui chegar.

  Um pelotão de exército alinhado, aguardando ordem para avançar.

      A boca da cobra a aguardar pela presa.     

 A boca da cobra a aguardar pela presa.

        Uma mesa que sobresai da água tão perfurada, quase tão milimétricamente que escorre água

      Uma mesa que sobresai da água tão perfurada, quase tão milimétricamente que escorre água
   
Saíndo da água como a cabine do submarino
 Os vários complementos diferentes que compõem a arriba inclinados em direção á água.


 Os vários complementos diferentes que compõem a arriba inclinados em direção á água.




 Os cortes e pequenas cavernas feitos pela Natureza.


 Aqui, na parte mais branca e próximo da água, e os cortes mais escuros quase dentro de água provam que o continente americano já esteve ligado a este Cabo Carvoeiro, segundo estudos cientificos, conforme informação existente no local.

 Observando em pormenor parece que uma máquina esteve por ali a endireitar terreno.Um aspeto do recorte também provando que esteve ligado ao continente americano.


 Aqui, na parte mais branca e próximo da água, e os cortes mais escuros quase dentro de água provam que o continente americano já esteve ligado a este Cabo Carvoeiro, segundo estudos cientificos, conforme informação existente no local.
  Rocha mais escura diferente da outra que está mais á frente mais esbranquiçada.



  Tão diferente e tão perfeita.




 Tanta pedra esculpida. Tantos cortes perfeitos feitos pela Natureza.


 Mais á frente a rocha desencaixou da outra.

 Perfurada no centro da pedra para que se veja para o outro lado. Depois, por cima, mais 4 blocos para fazer peso, não fosse o vento um dia levá-la.

 A proa, e mais acima a cabine de um navio a tentar lançar ao mar para navegar.

 A proa, e mais acima a cabine de um navio a tentar lançar ao mar para navegar.
 Encaixa ou não encaixa no outro bloco. E a outra acima, não caí ? ou quando caí?

 Como é possível a Natureza a que pertenço fazer destas coisas magnificas!

 A tartaruga a frente puxando suas 2 presas. Repare-se que custa tanto que até coloca a de fora.

 Amontoadao de pedras por cima umas das outras, que as vezes outras tentam cair, mas não caem.

 Inclinada, tão grande mas não caí.

 5 blocos de lage de pedra, para descanso da gaivota.

 Repare-se. A cabeça da vitima foi atirada para este local sem olhos mas com a boca aberta e nariz quase desfeito.

Tão grande a tartaruga procurando o mar.

 Por cima de uma grande rocha se colocam outras mais pequenas.

 Não cabem noutro lado. Juntam-se aqui umas as outras.

 A muralha do forte protege das águas do mar.

Um corte entre rochas altivas para observar as águas do mar.

 Ao fundo, o mar

 Será que a pedra na ponta caí?

Separada da rocha mãe para um dia caír ao mar.


 Será que se está a preparar para atirar ao mar?

Termina a rocha. Termina a casa

terça-feira, 16 de julho de 2019

ATRAVESSAR A SERRA DA ESTRELA, em bicicleta de autonomia.

ÁS VEZES APETECE-ME EXPERIÊNCIAR COISAS DA VIDA... 
Já que Ela me deu a oportunidade de viver este tempo, desde que vim ao mundo. Mesmo a idade e a dificuldade, de o fazer pouco importa, ou até mesmo quanto mais difícil mais quero fazer, e esta subida desde Unhais da Serra até á Torre foi uma dessas dificuldades ultrapassada. Subida bem acentuada em quase toda a distancia. Com um dia de calor imenso a bater entre os 35 e os 43 graus. O suor pelo corpo jorrava saltando a roupa, mas a água era bastante, e mesmo quando faltava abundavam as nascente de água pura da Serra, para encher as garrafas e molhar o rosto. Ainda estávamos a meio e bem lá em cima se avistava a estrada de acesso á Torre, o qual, ao vê-la dizia- "será que é mesmo aquela que se vê tão acentuada que vamos passar?". Olhava para o GPS e via que era mesmo por ali que passava com a bicicleta, com os alforges bem cheios, e Eu a puxar com o peso bem razoável. Julgava chegar a Torre cerca das 13 horas, mas acabou por ser pelas 17 h. Depois, a descida em ato de "vingança" até ás Penhas da Saúde onde pernoitamos na Pousada de Juventude. Seguimos adiante no dia seguinte com subidas e descidas, mas não faltou a oportunidade de conhecer um dos planaltos da Serra com uma paisagem maravilhosa, que outrora foi glaciar, com plantas de vários tons e produzindo cheiros bem agradáveis. Descemos rumo a Manteigas, mas a certa altura desviámos para o caminho dos pastores, cheio de paisagens únicas, o qual de carro não é possível passar ou aperceber. Depois de Manteigas esperáva-nos Valhelhas, uma pequena aldeia, mas com uma das melhores praias fluviais que conheço, onde o Zêzere abranda as suas águas para dar lugar a fabulosos banhos. Pegado á praia está o parque de campismo onde montámos a pequena tenda e pernoitámos com uma bela noite de luar. No dia seguinte Belmonte e a aldeia histórica de Sortelha nos esperáva, mas em Belmonte havia uma concentração de ciclistas a nível Europeu. Todos ciclavam por todo o lado. Portugueses, éramos só nós mas não pertencíamos á concentração. Atravessámos as ruas judias junto ao castelo. Mais umas voltas pela vila e chegámos entretanto a Sortelha, mas que parecia abandonada, sem "vivalma", e o comércio fechado. Parecia uma aldeia fantasma. Seguimos para a Covilhã para terminar parte da nossa aventura, porque a outra era pernoitar literalmente na Torre, dentro da auto caravana. Torre essa também estranha á noite que parecia abandonada, sem luzes, sem nada, mas ainda bem porque assim podemos observar as estrelas, no puro escuro, sem luzes, no ponto mais alto de Portugal Adormeci pelas 2 horas a admirar tal beleza, para depois pelas 5,30h observar o nascer do sol, para ainda bem cedo circular pelos terrenos limitrofes da torre, onde ainda descobrimos 2 pequenos blocos de gelo a descongelar. A seguir a Lagoa Comprida também fazia parte da nossa aventura, onde a cerca de 4,50 km existe outra Lagoa da Serra da Estrela, em que possui um buraco onde a água se esvazia canalizando para a Lagoa Comprida. É uma pequena lagoa lá bem escondida onde só domina a Natureza. Assim que se chega as rãs e os pássaros abundam ao ponto que quando nos apróximamos da água são ás dezenas a atirarem á água, com uma paisagem circundante magnifica. E assim terminamos mais estes fabulosos dias, sempre diferentes mas que ensinam algo de novo na Natureza e no modo de viver das pessoas que se cruzam connosco pelos caminhos. É uma loucura, sim, mas aprendemos sempre algo de diferente, para também aprendermos que a vida não é só aquilo que está perto de nós, todos os dias ao nosso lado. Enquanto vivo, e sempre que poder e a saúde assim permita, bocadinhos destes serão sempre bem aproveitados. .
JGJ











segunda-feira, 15 de julho de 2019

A AVENTURA PODIA TER TORNADO TRÁGICA

A AVENTURA PODIA TER TORNADO TRÁGICA, a atravessar a fronteira Espanha/Portugal
Depois de visitar o monumento a Humberto Delgado, perto de Olivença, o GPS informava que a fronteira para Portugal era ali, pertinho, a 5 km em linha reta, mas pelo meio de gigantescas herdades. Fomos pedalando, mas cada vez que pedalávamos a fronteira ficava sempre mais longe. 8 km feitos, e parei, ,verificando melhor se a fronteira estava por ali, sim, mas sem condições para atravessar, olhando de novo o GPS, verifiquei que um rio mais á frente faria parte da fronteira. Seguimos em direção á mesma, com as bicicletas á mão. O rio tinha pouca água, atravessamos, e verifiquei que já estava em Portugal. Uma grande herdade surgia logo a seguir ao rio, com vacas a circular por um lado e por outro. Um calor abrasador pairava no ar, a 45 graus mais precisamente aquecia-nos o corpo. Era hora de refeição, estávamos a meio da tarde, e uma azinheira perto de nós surgiu com uma aparente frescura, só que antes, já as vacas por lá tinham estado também a aproveitar a sombra, mas a "merda" de vaca era tanta, que já não valia a pena mudar, porque todas estavam suculentas de tanta porcaria, e não tinhamos escolha. Após a refeição, seguimos caminho, mas por onde??? vários cruzamentos e portões existiam demonstrando que seriam várias as herdades. Nós só queríamos chegar á estrada que nos levaria a Amareleja, e tão longe ainda estava, mas as vacas abundavam a nosso lado. A questão, seria, se estávamos a ir pelo caminho certo, pois vários cruzamentos existiam naquele meio. Será que vamos bem? Já estava a ficar tarde, e levava uma tenda comigo, e já calculava acampar por lá, mesmo no meio dos animais. Entretanto, surge outro portão, abrimos e passámos. Fomos ganhando terreno com as bicicletas, entretanto surge mais um portão e avisto o telhado de uma casa que seria a quinta da Herdade. Mas, logo de seguida, 2 toiros bravos cruzam á nossa frente, berrando, e correndo em fugida para um outro local deixando de se avistar. Mais tranquílos, parámos as bicicletas, comemos alguma fruta e água e de repente, surge á nossa esquerda 4 toiros bravos em fila lateral raspando as patas traseiras e berrando á sua maneira preparando-se para se insurgirem direito a nós... íamos com vestimenta vermelha... Digo bem alto, "despimos a roupa vermelha". E meço a distancia para chegar com as bicicletas, junto á azinheira, mas a mesma estava a alguns metros. Talvez não cheguemos a tempo para subir a árvore. Mas os toiros ainda estavam por lá sem avançarem direito a nós. Penso... Será que dá tempo para chegar ao portão de acesso á moradia??? Mas os toiros continuavam ainda por lá a raspar o chão com as patas e a berrar. Vamos tentar avançar até lá... mas de repente, lembrei que numa herdade assim, além de ser privada quase de certeza teria cães. Chegámos ao portão e os toiros continuavam sem avançar, mas, mal abro o portão 2 grandes "bestas" de cães se dirigem a nós, ladrando. Então aí, fomos subindo junto á rede, se eles nos atacassem saltávamos para o outro lado onde estavam os toiros bravos ainda em posição de atacar. Os cães quase a chegar junto a nós, mas ao longe, vejo 2 cabeças, eram 2 pessoas a chamar os cães. Uff, foi a nossa sorte. Chegaram ao pé de nós, os cães e ainda nos lamberam as mãos. "Chissa" e em agradecimento ainda lhes fizemos festas. Chegámos junto das senhoras, admiradas pela nossa presença ali, contámos a nossa aventura, e ainda nos ofereceram garrafas de água, o qual já tinhamos pouca. Citaram que não é normal ataravessar ali a fronteira. Mas eu disse que, ás vezes as nossas "loucuras" dão para isso. Depois, chega o proprietário da herdade (família Grave) estranha também a nossa aventura por ali, mas ainda se disponibilizou para nos levar na sua viatura para a Amareleja. Agradecemos mas... chegar ao final sem ser de bicicleta não tem qualquer interesse, a não ser em caso de avaria ou problema de saúde.
O MEU, MORAL DA HISTÓRIA;
Nunca se deve, ou não devia circular, em especial no Alentejo fora das rotas planeadas ou registadas, porque são herdades grandes demais onde ás vezes não se sabe onde é o principio e o fim com animais de grande porte. Imagine-se que os toiros avançavam... pouco de nós, ou quase nada, provávelmente ficaria intacto, para além de que, os propriétários poderiam suspeitar de dois ciclistas atravessarem a fronteira naquele local, sem caminho... poderiam suspeitar que poderíamos transportar algo de estranho, ou contrabando. Bastou termos a sorte de ser propriedade da família Grave. Fica registado que... nunca é demais... GRANDES AVENTURAS, com regras bem fundamentadas.
JGJ