segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PORTUGAL, TERRA A TERRA. De Vilar Formoso a Castelo Rodrigo passando por Almeida ,e as aldeias Vale da Burra, Vilar turpim, Reigada
















Mais um fim de semana fabuloso. De novo lá fui ao interior deste País. Beira Alta, zona fronteiriça a iniciar uma viagem de bicicleta entre Vilar formoso, Almeida e Castelo Rodrigo, passando por essas aldeias fronteiriças cruzando terras quase despovoadas, mas com marcas e vestígios dos nossos antepassados, cruzando imensas sepulturas em pedra granítica e atravessando as ruelas das aldeias com os habitantes idosos descansando sentados junto as suas casas, olhando quem passa e por vezes sorrindo e cumprimentando com os seus sorrisos. Seguindo em frente, sempre de bicicleta procurando algo de novo para fotografar, vai-se sempre encontrar uma igreja, como em Vale da Mula onde nos abriram a sacristia mostrando o seu património oferecido pelas gentes da terra. Após grande troca de informação foi-nos oferecido um pão acabado de coser na altura acompanhando uma caixa de doce para barrar.
Desde passar pela fronteira sem vigilância fazendo-se a travessia quase sem se perceber que estamos a mudar de País. Encontrar bem no interior do campo um lagar de azeite romano. Subindo até a Castelo Rodrigo e para além de desfrutar das casas de pedra, as ruelas e sentar no "bar dos sabores" com uma vista espectacular sobre o horizonte saboreando um café, e ter a sorte de ser um dia de festa da TRANSUMÂNCIA entrando pela porta do Castelo os animais simbolizando a época em que se juntavam ali os pastores da zona para a troca de animais, acompanhados por músicos de gaita de foles com assada de um porco para os presentes. Seguindo a viagem noutra aldeia uma senhora abordando a minha presença dialoga comigo oferecendo o seu saber citando alguns do seus versos ou quadras. Bem Haja a esta senhora da aldeia de Reigada pela bela memória e sabedoria que possui. E Almeida essa Vila medieval tão bonita como muitas existentes por este País fora.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Douro em Miranda do Douro é fantástico




























A NATUREZA É PERFEITA.







Bastam 2 ou 3 dias em Miranda do Douro. Um deles desfrutar das ruas e ruelas observando as janelas empedradas e os edifícios antigos justificando os tempos de outrora onde aquela gente vivia do contrabando. Depois, olhando no início de cada rua as placas indicando o nome em Mirandês e á medida que circulamos pelas mesmas e olhando as montras, lá estão os livros mostrando a sua língua Mirandêsa. Daí a pouco vamos apercebendo de Monumentos como a Sé. Logo aí, e olhando abaixo, lá está o Douro com uma paisagem deslumbrante. E na hora da refeição! A bela posta mirandêsa, e tão saborosa de repetir quantas vezes necessárias. E á noite, observar o lago local com as luzes dando um aspecto belíssimo.
E no outro dia, com a disposição de fazer 20 km a pé pelos trilhos locais vendo os Castros e as Aldeias fronteiriças com a suas poucas gentes a habitar. Mas chega-se ao local onde se avista o Douro fazendo de fronteira entre Portugal e Espanha. É a possibilidade de se ver paisagem única no género, olhando as escarpas. E se no outro dia for de barco ambiental, subindo o rio durante 1 hora olhando a fauna e flora, como por exemplo a Lontra que nos brindou com a sua presença.
Como a Natureza é tão perfeita. Ali se vê.







quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Algarve sim, mas da Serra do Caldeirão. O que eu denomino de Algarve Natural










































































































































































Algarve, Algarve. Vamos passar férias ao Algarve!...
Muita gente dirá assim nesta altura do verão, e até no inverno. Estrada abaixo, e um apartamento nos espera por aquelas bandas, algures junto a uma bela Praia do Sul. Os prédios e os bares abundam por aquelas zonas, quer seja de noite ou de dia.


Um dia destes, e a 50 km da Costa, em Alcoutim, deixei a viatura, montamos a bicicleta e aí fomos fazer uma parte da Via Algarviana. Percurso traçado pela Serra do Caldeirão e a começar precisamente em Alcoutim. Subindo Serra acima, e logo no primeiro dia fizemos cerca de 24km e já quase noite chegamos a uma povoação chamada Baluscos de Baixo. Local onde teríamos de pernoitar, e ao entrar num pequeno bar perguntamos onde poderíamos alugar um quarto, e logo pronto o senhor Michel solicitou a presença da esposa, D. Pilar, que, com a mesma observação, sugeriu o quarto da Filha já que estava fora da Terra. Tendo nós aceite a oferta preparou o quarto e até o jantar com todo o requinte como não se vê por essas cidades ou vilas. E o pequeno almoço do dia seguinte, então será inesquecível. Só resta agradecer aqui, e em publico um "grande obrigado Sr. Michel e D. Pilar". Fazem falta pessoas como vós neste País.
No outro dia seguimos o caminho pela Via, com lindas paisagens e Lugares que jamais esquecerei. Com Pessoas a abordarem-nos pelo caminho e a oferecerem água por eles tiradas do poço. Lugares como por exemplo a Furnanzinha, Sete Casas e Castelão onde não há Mercearias ou bares e com habitantes de idades mais avançadas. Mal nos viam chegar aproximavam-se de nós e conversavam. No Lugar de Castelão disposeram-se a oferecer espaço num terraço para dormir, mas, logo outro vizinho sabendo da nossa presença foi-nos também oferecer um espaço na sua casa com telha, mas o calor era tanto que o terraço e um saco cama, e todas as "estrelas" a vista era o melhor. Também um "obrigado as pessoas de Castelão" pelo prazer de estar com Eles e em especial a Sra. que até o jantar nos sugeriu.
Seguindo viagem outros lugares passamos, e os lamentos de alguns Idosos escutei. Lugares em que os novos não habitam. E os pastores clamando pelas cabras com os sons vocais que só eles os sabem assim produzir. Em Vaqueiros o grande jantar na unica tasca existente debaixo duma parreira com o calor exurbitante. E ao dar a volta pelo Lugar antes da deita as pessoas sentadas nas ruelas falando sobre o Mundo que os rodeia e ao passar partilhava com Elas as suas conversas. Que Pessoas tão simples e afastadas do rodopio das estradas barulhentas e agitadas das Vilas e Cidades.
Continuando a viagem acabamos por fazer cerca de 100 km pela Serra do Caldeirão devido ao piso acidentado e quase sempre a pique em que tinha de levar a bicicleta a mão. E o calor a rondar entre os 35 e 45 graus, dependendo da hora a uma média de 2,50 km por hora. Ao fim de 4 dias voltamos para trás seguindo pelas Praias de Olhão, Cabanas e Monte Gordo seguindo depois para Alcoutim para terminar no total de 7 dias, 283 km.
Culturalmente foi muito bom. Como paisagem, também foi bom mas não das que mais gostei. Concluí que, talvez seja a parte do País onde há menos desenvolvimento, mesmo fazendo parte do Algarve.
Mais uma vêz valeu a pena.




quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A CAMINHO DE SANTIAGO EM BTT a partir da Sé do Porto











280 KM. 5 Dias. Início na Sé do Porto. Objectivo; Santiago de Compostela, na Galiza.
Tão agradável e mais uma vez inesquecível este passeio em bicicleta passando pelas aldeias minhotas, atravessando caminhos milenares ainda do tempo Romano. Passando pontes e ribeiras, procurando as setas amarelas indicando o caminho até Santiago. Subindo Serras como a Labruja que obriga levar as bicicletas as costas, tão acentuada que é a subida. Mas a vontade e o sonho de chegar ao fim éra tão importante que a força não faltava. E se a camisa ficou molhada. lá isso ficou. Os Cruzeiros e as Igrejas a surgirem sempre um pouco mais a frente durante todo o caminho. Monumentos Seculares por sítios onde só de bicicleta ou a pé se podem observar como que a dizer que por ali milhares e milhares de caminhantes por ali passaram. O cruzar ou passar por caminhantes com muchila as costas e saudar "BON CAMINO". As populações por onde passam os caminhos indicando quando verificavam que o caminho não era o certo... Olhe o caminho é por ali!. Tão afáveis e tão simples que são os Minhotos das Aldeias deste País. E os Albergues. São instalações que recebem os peregrinos a troco de quase nada quando estes vem cansados a pingar de suor da caminhada. De referir e agradecer ás pessoas que tomam conta destes espaços que estão ali, e como voluntários, o que significa que não tem vencimento . Que bom que era se os Velhos e Mendigos deste País pudessem contar com uma cama como estas para, pelo menos, poder dormir a noite. Que bom ficar nestes Albergues e conhecer caminhantes de vários pontos do Globo, como do Canadá, América, Brasil, etc. Encontrar caminhantes que iníciaram à 6 meses a suas tarefas com início nos seus Países de origem como Bélgica e Alemanha. O que registei de todos estes caminhantes foi a alegria com que km.a km. faziam transparecer bem visível nos seus rostos.
E quando chegamos ao final. Ao belo Largo da Catedral de Santiago de Compostela. Foi algo que era o objectivo e que senti grande ao olhar para aquele colosso de Edifício tão minuciosamente construído a muitos Séculos sem ferramentas industriais como existem hoje. Por isso valorizo muito o esforço exercido desde o Porto até ali em btt. É que também não é fácil.
Olhar a chegada dos outros peregrinos a jorrarem lágrimas de alegria e dor pelo caminho percorrido, abraçando-se entre uns e outros.
Observei com interesse que no caminho não se verifica o fanatismo religioso como se verifica noutros lugares, incluindo nos Albergues, ao ponto de no fim e ao carimbar e atestar o passaporte de peregrino é sempre feita a pergunta se é crente ou não. Existindo declarações timbradas para cada caso entre os quais, o meu que não sou. Por isso aconselho a fazer este caminho quer seja crente ou não. Só a Solidariedade que se encontra e que se aprende por todo o caminho desde o principio até ao fim merece mesmo a pena. Bem Haja a quem o fáz.





- O TEXTO QUE EDITEI NO LIVRO DE VISITAS NO ALBERGUE DE PONTE DE LIMA:

-Que maravilha. Estou a fazer pela 1ª vez o caminho de Santiago em btt desde Gaia. É o 2º dia e estou deslumbrado com as paisagens e gentes que se encontram por aí. É bom que após 100klm. percorridos surge no encalçe um albergue como este com condições excepcionais para pernoitar.
Quanto a Ponte de Lima levo-a no coração para um dia poder voltar. E a todos os peregrinos desejo boa disposição e alegria para no caminho continuarem até Santiago.

- Assinei com a data de: 2009.09.19