terça-feira, 18 de agosto de 2015

ATRAVESSAR O ALENTEJO EM BICICLETA DESDE CARNAXIDE A VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

Pelo interior do Alentejo, Alcáçovas, Viana do Alentejo Alvito  e Cuba. Terras no interior puro do Baixo Alentejo. De bicicleta atravessei estas terras com pouco movimento devido ao seu interior mas rico em beleza natural. A história de Alcáçovas, calma e tranquíla com as suas ruas e algumas casas específicas da terra. Viana do Alentejo muito digna de se ver. As suas construções especialmente de portas e janelas, as fontes, o castelo e as ruas carregadas de história aparente em cada passo que transpomos. Alvito e Cuba com as suas zonas verdes e os passadiços das casas a atravessar as ruas. Depois Beja, Serpa. Cidade natural e capital Alentejana cheia de vida e alegre. Serpa com vida no interior das muralhas. Ruas estreitas ao estilo medieval e comércio tipico local. Minas de São Domingos, outrora de Ingleses que construíram casas para seus mineiros em que a maioria são do tamanho miniatura. Terra extensa sobre comprido com 4 km em que nada sobrevive devido ao ácido das águas e das terras amareladas do enxofre. São a prova do que por vezes não se deve fazer. Do Pomarão se atravessa o Guadiana de barco com Alcoutim a espera da nossa chegada. Terra bem atraente e abraçada pelo Rio Guadiana com uma Vila Espanhola em frente bem iluminada como se estivesse a sorrir para o lado de cá. Alcoutim, vila alegre e digna de ser visitada por qualquer turista. Daí até Vila Real de Santo António sempre junto á margem do Guadiana com paisagens maravilhosas de encher qualquer máquina fotográfica. A fauna e a flora que nos enche de bem estar ambiental com a sua calma que nos embrulha e contamina da mesma essência.

6 Dias de viagem em bicicleta desde Carnaxide a Vila Real de Santo António num total de 423 km. O contacto com as terras, as pessoas e as planícies alentejanas foram os objetivo deste evento.
Depois, o modo e forma de explorar tudo isto em bicicleta de autonomia. Ou seja, com os alforges transportando todos os utensílios necessários, pedalando passo a passo observando tudo que está á volta com a calma, admirando a paisagem ao redor. É um vicío que me "mata" de prazer. Sempre projetando um outro num futuro, quanto mais próximo, melhor. E o maior de todos está agendado e em estudo para que se torne um sonho realizado.



























quinta-feira, 30 de abril de 2015

DO PIÓDÃO A FOZ D`ÉGUA E CHÃO D`ÉGUA através dos trilhos circundantes.

Vivi o 25 de Abril de 1974 mesmo no centro do "fogo". Estive no quartel do Carmo junto ao carro de combate que levava o Marcelo Caetano.
Nada melhor, este ano, que festejar os 41 anos num local onde nessa altura só havia uma estrada em terra batida para lá chegar. Teria de se voltar de novo pela mesma estrada em que a vila mais próxima era a cerca de 20 km. Uma senhora de idade que encontrei numa ruela frisou que naquela época era bastante difícil saír da aldeia. Eram muito autónomos na alimentação vivendo da pastorícia e da agricultura utilizando com frequência a troca de produtos entre si. Era (e é), um local onde as trovoadas abundam bem fortes, e como a aldeia se encontra na Serra, e como esta se encontra em forma circular, o "rugido" dos trovões ouvem-se em tipo"microfone", ou seja, aumenta algumas vezes mais, metendo "medo" aos aldeões mas ao mesmo tempo criando uma beleza natural especialmente á noite.Também por esse facto colocavam por cima da porta de entrada as cruzes feita em ramos de árvores tal como são ainda hoje visíveis em algumas delas.
(obrigado, D.Maria pela nossa conversa).
Na aldeia muito bem recuperada, valeu a pena circular pelo seu interior observando a fonte de água e as escadas entre casas feitas em xisto com o azul ou o vermelho das portas. A eira comunitária no cimo da aldeia com uma paisagem deslumbrante a partir daí. Mesmo assim, o que mais admiro, é a igreja, porque ao entrar, no seu interior, se nota que o chão não está direito. É de plano inclinado, até ao altar. A razão, (segundo habitante local) foi construída em cima do cemitério e por isso não podia ser removida a terra. Mas dali, do centro, também se avistam paisagens naturais deslumbrantes da serra do Açor. Depois, se caminharmos pelo trilho até a Foz de Égua, o amarelo das flores por todo o lado debitando o seu cheiro característico. Chegando á Foz encontramos a praia fluvial e natural e as suas construções em madeira quer sejam de casarios, pequenas pontes, estátuas etc. 
Depois, se quisermos continuar o prazer de sentir a Natureza continuamos o trilho até Chão de Égua. Então aí, e bem a subir por trilhos dificultados por obstáculos empedrados e a imperfeição do trilho passamos por outras aldeolas bem pequenas e habitadas com as suas hortas semeadas com hortícolas, dando uma beleza ainda maior a caminhada. Chegamos a Chão de Égua aldeia existente desde 1000 anos a.c. Tem por designação este nome porque na altura abundavam as éguas para proliferarem o cavalo na aldeia o qual era o seu negócio principal.  Aldeia também muito caracteristica, utilizando mais a cor branca que no Piódão,mas mais antiga que esta.
Vale a pena, para quem não conhece procurar estes locais e descobrir a origem destas terras ou aldeias. Certamente não as irão esquecer .
J.G.J.