terça-feira, 16 de julho de 2019

ATRAVESSAR A SERRA DA ESTRELA, em bicicleta de autonomia.

ÁS VEZES APETECE-ME EXPERIÊNCIAR COISAS DA VIDA... 
Já que Ela me deu a oportunidade de viver este tempo, desde que vim ao mundo. Mesmo a idade e a dificuldade, de o fazer pouco importa, ou até mesmo quanto mais difícil mais quero fazer, e esta subida desde Unhais da Serra até á Torre foi uma dessas dificuldades ultrapassada. Subida bem acentuada em quase toda a distancia. Com um dia de calor imenso a bater entre os 35 e os 43 graus. O suor pelo corpo jorrava saltando a roupa, mas a água era bastante, e mesmo quando faltava abundavam as nascente de água pura da Serra, para encher as garrafas e molhar o rosto. Ainda estávamos a meio e bem lá em cima se avistava a estrada de acesso á Torre, o qual, ao vê-la dizia- "será que é mesmo aquela que se vê tão acentuada que vamos passar?". Olhava para o GPS e via que era mesmo por ali que passava com a bicicleta, com os alforges bem cheios, e Eu a puxar com o peso bem razoável. Julgava chegar a Torre cerca das 13 horas, mas acabou por ser pelas 17 h. Depois, a descida em ato de "vingança" até ás Penhas da Saúde onde pernoitamos na Pousada de Juventude. Seguimos adiante no dia seguinte com subidas e descidas, mas não faltou a oportunidade de conhecer um dos planaltos da Serra com uma paisagem maravilhosa, que outrora foi glaciar, com plantas de vários tons e produzindo cheiros bem agradáveis. Descemos rumo a Manteigas, mas a certa altura desviámos para o caminho dos pastores, cheio de paisagens únicas, o qual de carro não é possível passar ou aperceber. Depois de Manteigas esperáva-nos Valhelhas, uma pequena aldeia, mas com uma das melhores praias fluviais que conheço, onde o Zêzere abranda as suas águas para dar lugar a fabulosos banhos. Pegado á praia está o parque de campismo onde montámos a pequena tenda e pernoitámos com uma bela noite de luar. No dia seguinte Belmonte e a aldeia histórica de Sortelha nos esperáva, mas em Belmonte havia uma concentração de ciclistas a nível Europeu. Todos ciclavam por todo o lado. Portugueses, éramos só nós mas não pertencíamos á concentração. Atravessámos as ruas judias junto ao castelo. Mais umas voltas pela vila e chegámos entretanto a Sortelha, mas que parecia abandonada, sem "vivalma", e o comércio fechado. Parecia uma aldeia fantasma. Seguimos para a Covilhã para terminar parte da nossa aventura, porque a outra era pernoitar literalmente na Torre, dentro da auto caravana. Torre essa também estranha á noite que parecia abandonada, sem luzes, sem nada, mas ainda bem porque assim podemos observar as estrelas, no puro escuro, sem luzes, no ponto mais alto de Portugal Adormeci pelas 2 horas a admirar tal beleza, para depois pelas 5,30h observar o nascer do sol, para ainda bem cedo circular pelos terrenos limitrofes da torre, onde ainda descobrimos 2 pequenos blocos de gelo a descongelar. A seguir a Lagoa Comprida também fazia parte da nossa aventura, onde a cerca de 4,50 km existe outra Lagoa da Serra da Estrela, em que possui um buraco onde a água se esvazia canalizando para a Lagoa Comprida. É uma pequena lagoa lá bem escondida onde só domina a Natureza. Assim que se chega as rãs e os pássaros abundam ao ponto que quando nos apróximamos da água são ás dezenas a atirarem á água, com uma paisagem circundante magnifica. E assim terminamos mais estes fabulosos dias, sempre diferentes mas que ensinam algo de novo na Natureza e no modo de viver das pessoas que se cruzam connosco pelos caminhos. É uma loucura, sim, mas aprendemos sempre algo de diferente, para também aprendermos que a vida não é só aquilo que está perto de nós, todos os dias ao nosso lado. Enquanto vivo, e sempre que poder e a saúde assim permita, bocadinhos destes serão sempre bem aproveitados. .
JGJ











Nenhum comentário: