A AVENTURA PODIA TER TORNADO TRÁGICA, a atravessar a fronteira Espanha/Portugal
Depois de visitar o monumento a Humberto Delgado, perto de Olivença, o GPS informava que a fronteira para Portugal era ali, pertinho, a 5 km em linha reta, mas pelo meio de gigantescas herdades. Fomos pedalando, mas cada vez que pedalávamos a fronteira ficava sempre mais longe. 8 km feitos, e parei, ,verificando melhor se a fronteira estava por ali, sim, mas sem condições para atravessar, olhando de novo o GPS, verifiquei que um rio mais á frente faria parte da fronteira. Seguimos em direção á mesma, com as bicicletas á mão. O rio tinha pouca água, atravessamos, e verifiquei que já estava em Portugal. Uma grande herdade surgia logo a seguir ao rio, com vacas a circular por um lado e por outro. Um calor abrasador pairava no ar, a 45 graus mais precisamente aquecia-nos o corpo. Era hora de refeição, estávamos a meio da tarde, e uma azinheira perto de nós surgiu com uma aparente frescura, só que antes, já as vacas por lá tinham estado também a aproveitar a sombra, mas a "merda" de vaca era tanta, que já não valia a pena mudar, porque todas estavam suculentas de tanta porcaria, e não tinhamos escolha. Após a refeição, seguimos caminho, mas por onde??? vários cruzamentos e portões existiam demonstrando que seriam várias as herdades. Nós só queríamos chegar á estrada que nos levaria a Amareleja, e tão longe ainda estava, mas as vacas abundavam a nosso lado. A questão, seria, se estávamos a ir pelo caminho certo, pois vários cruzamentos existiam naquele meio. Será que vamos bem? Já estava a ficar tarde, e levava uma tenda comigo, e já calculava acampar por lá, mesmo no meio dos animais. Entretanto, surge outro portão, abrimos e passámos. Fomos ganhando terreno com as bicicletas, entretanto surge mais um portão e avisto o telhado de uma casa que seria a quinta da Herdade. Mas, logo de seguida, 2 toiros bravos cruzam á nossa frente, berrando, e correndo em fugida para um outro local deixando de se avistar. Mais tranquílos, parámos as bicicletas, comemos alguma fruta e água e de repente, surge á nossa esquerda 4 toiros bravos em fila lateral raspando as patas traseiras e berrando á sua maneira preparando-se para se insurgirem direito a nós... íamos com vestimenta vermelha... Digo bem alto, "despimos a roupa vermelha". E meço a distancia para chegar com as bicicletas, junto á azinheira, mas a mesma estava a alguns metros. Talvez não cheguemos a tempo para subir a árvore. Mas os toiros ainda estavam por lá sem avançarem direito a nós. Penso... Será que dá tempo para chegar ao portão de acesso á moradia??? Mas os toiros continuavam ainda por lá a raspar o chão com as patas e a berrar. Vamos tentar avançar até lá... mas de repente, lembrei que numa herdade assim, além de ser privada quase de certeza teria cães. Chegámos ao portão e os toiros continuavam sem avançar, mas, mal abro o portão 2 grandes "bestas" de cães se dirigem a nós, ladrando. Então aí, fomos subindo junto á rede, se eles nos atacassem saltávamos para o outro lado onde estavam os toiros bravos ainda em posição de atacar. Os cães quase a chegar junto a nós, mas ao longe, vejo 2 cabeças, eram 2 pessoas a chamar os cães. Uff, foi a nossa sorte. Chegaram ao pé de nós, os cães e ainda nos lamberam as mãos. "Chissa" e em agradecimento ainda lhes fizemos festas. Chegámos junto das senhoras, admiradas pela nossa presença ali, contámos a nossa aventura, e ainda nos ofereceram garrafas de água, o qual já tinhamos pouca. Citaram que não é normal ataravessar ali a fronteira. Mas eu disse que, ás vezes as nossas "loucuras" dão para isso. Depois, chega o proprietário da herdade (família Grave) estranha também a nossa aventura por ali, mas ainda se disponibilizou para nos levar na sua viatura para a Amareleja. Agradecemos mas... chegar ao final sem ser de bicicleta não tem qualquer interesse, a não ser em caso de avaria ou problema de saúde.
O MEU, MORAL DA HISTÓRIA;
Nunca se deve, ou não devia circular, em especial no Alentejo fora das rotas planeadas ou registadas, porque são herdades grandes demais onde ás vezes não se sabe onde é o principio e o fim com animais de grande porte. Imagine-se que os toiros avançavam... pouco de nós, ou quase nada, provávelmente ficaria intacto, para além de que, os propriétários poderiam suspeitar de dois ciclistas atravessarem a fronteira naquele local, sem caminho... poderiam suspeitar que poderíamos transportar algo de estranho, ou contrabando. Bastou termos a sorte de ser propriedade da família Grave. Fica registado que... nunca é demais... GRANDES AVENTURAS, com regras bem fundamentadas.
JGJ
Nunca se deve, ou não devia circular, em especial no Alentejo fora das rotas planeadas ou registadas, porque são herdades grandes demais onde ás vezes não se sabe onde é o principio e o fim com animais de grande porte. Imagine-se que os toiros avançavam... pouco de nós, ou quase nada, provávelmente ficaria intacto, para além de que, os propriétários poderiam suspeitar de dois ciclistas atravessarem a fronteira naquele local, sem caminho... poderiam suspeitar que poderíamos transportar algo de estranho, ou contrabando. Bastou termos a sorte de ser propriedade da família Grave. Fica registado que... nunca é demais... GRANDES AVENTURAS, com regras bem fundamentadas.
JGJ