sexta-feira, 22 de março de 2024

A TURQUIA DE HOJE, E OS OTOMANOS DE ONTEM. A minha viagem

ISTAMBUL E O PALÁCIO TOPKAPI

 Antiga capital do Império Otomano desde 1453 até 1937 com 15 milhões de habitantes. Terra dos Sultões, e Imperadores. Daqui se decidiam as politicas dos vários territórios mediterrânicos. Sultões que podiam ter 4 esposas e podiam escolher as que bem entendessem para viver dedicadas a si e por sua escolha noutros aposentos ao lado do palácio Topkapi. Só o Sultão Hamett II chegou a ter 400.



                                       
Palácio Topkapi. Residência dos Sultões Imperadores Otomanos

AS MESQUITAS
ISTAMBUL, Cidade com 15 milhões de habitantes, magnífica e atraente pelas suas magnificas mesquitas seculares com os seus minaretes a avistarem-se a longa distância pela cidade. A Mesquita Azul ou Sultanhamet serão das mais importantes, mas a Mesquita Hagia Sofia  é um dos edifícios mais antigos do Mundo em atividade. Datado desde o século VI, foi construída como sendo igreja cristã, ainda no tempo dos Romanos. Quando a cidade foi conquistada pelos Otomanos foi transformada em Mesquita, daí o facto de terem ocultado ou tapado os frescos da igreja com parede de betume, visto que os islâmicos não usam figuras nas mesquitas, daí ter sido descoberto á poucas décadas as imagens dos santos ocultadas. Todas as Mesquitas estão viradas ou orientadas para Meca, mas por ter sido construída como cristã, o altar estava construído para este, os Islâmicos tiveram de a deslocar mais para sueste. No interior nota-se a diferença.

Igreja/mesquita Hagia Sofia com 4 minaretes em Istambul

Um dos frescos descobertos á entrada da mesquita Higia Sofia



Ao lado foi construída a Mesquita Azul onde o seu interior é magnífico em arte de azulejos e frescos e os seus vitrais magníficos. Para entrar no interior teremos de calçar uns plásticos próprios e ás mulheres é facultado um lenço para colocar na cabeça. Possuí 6 minaretes só existindo outras com tantos, na Arábia Saudita. 
Interior da Mesquita Azul ou Sulthanhamed em Istambul


Um dos quatro minaretes da Mesquita Azul.


Espaço próprio para a lavagem dos pés antes da entrada na Mesquita Azul

A CISTERNA DE ISTAMBUL
Por baixo da cidade histórica, foi construído ainda no tempo dos Romanos uma cisterna para abastecer água á cidade e palácios. Foram retiradas pedras de outros monumentos entretanto destruídos na Grécia antiga quando ficou na posse dos Romanos, e foram trasladados e utilizados nesta cisterna. A prova disso, alguns possuem a face da Medusa Grega, e como não interessava, foi colocada de lado conforme o jeito de colocação.
Aspeto do interior da cisterna, na entrada.


A cisterna é sensivelmente maior 4 vezes mais, a cisterna existente no Príncipe Real em Lisboa
 A Medusa Grega colocada na lateral 
 

OS BAZARES DE ISTAMBUL

No centro da cidade histórica o grande bazar coberto com ruas recheadas de lojas em que se vende de tudo, mas os preços terão de ser regateados caso contrário ficará mais caro que noutros lados. É um mundo de gente no interior de um lado para outro.
Entrada principal para o bazar


Uma das ruas do interior do bazar


JUNTO AO ESTREITO DO BÓSFORO

Os vendedores de castanhas na rua como em Portugal, mas vendem as castanhas quase descascadas e maçarocas de milho assadas
O assador e as castanhas



Junto ao cais as barcaças vendendo a quem passa as sandes e iguarias típicas da Turquia
 A barcaça e o seu design


Uma outra barcaça vendendo alimentos 


A AVENIDA PRINCIPAL DE ISTAMBUL

É quase meia noite local. É a avenida principal do tipo Rua Augusta em Lisboa. Um amontoado 
de gente circulando para todo o lado. E o comércio totalmente aberto até altas horas da noite, as pastelarias, restaurantes, lojas de telemóveis e tudo o que se queira imaginar. De noite não dormem certamente, é um movimento louco de encontrões. 
 
 No principio da avenida com cerca de 5 km


No dia 9 de Outubro o Natal já mexe


Os belos doces típicos que se vendem a altas horas na avenida

Na grande Praça Taksim, antes da avenida principal encontramos o monumento dedicado ao político mais adorado pelos Turcos, de seu nome Ataturk, o qual desde o início do século passado e após a 1ª grande guerra alterou o sistema político dos "Sultões", Otomano para o sistema atual e democrático. A sua morte foi em 1937 e vê-se em muitos locais públicos e privados, lojas etc. a sua foto fazendo crer que nunca foi esquecido. Nesta praça, devido á sua carga politica, as manifestações tem sempre lugar de maior importância.
Monumento a Ataturk na praça Taksim


NA CAPADÓCIA

E agora na Capadócia. Levantar voo num balão de ar quente ao nascer do sol. Paisagens deslumbrantes e inesquecíveis. Ninguém deveria morrer sem ver uma destas belezas. É algo de outro mundo, levantando vou ainda noite e uns minutos depois observa-se o nascer do Sol, possante e amarelado ao longe. Os outros balões que nos estão próximo, de vez em quando, a incandescer ajudando a embelezar a paisagem. É uma hora de deslumbramento total.
Os balões ao fundo incandescentes e o Sol a romper para o dia


Os balões circulando já de dia


O convento ainda do tempo dos romanos, todo ele escavado na pedra da montanha. No interior as suas habitações com várias capelas ainda se avistando as pinturas de santos nas paredes. Na sala de refeições, avista-se a mesa e bancos de sala esculpidos na pedra. A temperatura ambiente quer de verão ou inverno mantém sempre entre os 18 a 20 graus. Em toda a região da Capadócia avista-se habitações deste género. Consta que até ao início do século passado ainda habitavam regularmente  nestes locais. Consta também que seria frequente em todo o Médio Oriente e norte de África a maior parte das pessoas viverem desta forma.
Vista geral do convento escavado na montanha


Pinturas de santos numa capela no interior do convento

Outra pintura noutra capela do convento

Habitações escavadas na montanha

O interior de uma habitação na montanha que se avista na foto acima onde se vê a bandeira

A varanda da mesma habitação

A Natureza esculpiu um camelo na pedra


Uma cidade subterrânea escavada de forma diferente da montanha. Na existência de um ataque inimigo deslocavam a roda de pedra para de frente da porta e fugiam por outro lado. O interior parece que foi esburacado, do tipo toupeiras. E esta pedra é bem grossa e rija.
A roda que se desloca para de frente da porta


Veja-se como uma pessoa se desloca de um lado para outro por todo o interior da Cidade Subterrânea.



NA ROTA DA SEDA ANTES DOS PORTUGUESES DESCOBRIREM O CAMINHO MARÍTIMO PARA O ORIENTE

Antes da descoberta dos caminhos marítimos para as Indias, o comércio era feito por terra. Consta que desde terras do Japão, passando por vários países no intuíto de adquirirem vários produtos e transportá-los em grupos de camelos por uma rota central que os levava até ao centro da Europa. A Turquia seria um dos principais países de transição. O linho, um dos principais produtos transportados, ao qual foi muito trabalhado na Turquia, na construção de tapeçarias em linho á volta da referida rota, ao que passou a ser conhecido mundialmente. Entretanto na época, como os comerciantes eram imensos e deslocavam-se em colunas de camelos seriam assaltados com bastante frequência por ladrões, que os perseguiam especialmente á noite. Por isto, nesta região, no centro da Turquia, no ano de 1243 DC na cidade de Sultanhani, foi construído um albergue para recolher os comerciantes e os respetivos animais com seus produtos. O edifício foi construído com muralhas altas para difícil acesso através do exterior pelos ladrões. No seu interior, possui espaços individuais onde pernoitavam as pessoas mais importantes. Os menos importantes, ficariam num espaço amplo, coberto, e os animais num espaço não coberto. No interior, como não podia deixar de ser também foi construída uma pequena mesquita para as orações.
Mapa da rota da seda entre a Ásia e Europa


Uma senhora na fábrica explicando como se faz o fio de seda



Entrada única para o albergue de recolhimento dos comerciantes da seda


O interior do albergue


O exterior do albergue



KONIA E A MESQUITA MUSEU DE MEVLANA


Bem no interior da Turquia , na cidade de Konia, existe uma Mesquita Museu, onde está o tumulo de Mevlana e outros seus seguidores. Mevlana, um poeta que viveu no século XII, e criou a religião Sufi, ou Sufismo, o qual, quem a seguia seriam designados por Dervixes da ordem Mevlevi, ou Mevlana. É uma ordem de uma outra vertente Islâmica. Entretanto, quem a pratica fá-lo com uma dança própria, designada de Dervixes rodopiantes. Estes Dervixes, acreditam nesta prática porque redopiam durante largo tempo ao ponto de deixarem de ficar em contacto com o solo e uma palma da mão para cima simbolizando o Céu e a outra para baixo simbolizando a Terra. É uma forma de estarem mais próximos do seu Superior. Em tempos, para ser Sufi teria de estar longo tempo num espaço fechado sem estar em contato com alguém. No exterior da Mesquita, e em seu redor tem vários espaços tipo quartos demonstrando como viviam os seguidores Sufi. No interior do museu estão as barbas de Maomé, inseridas numa caixa, com um vidro a proteger. De lado, e no extremo possui 2 pequenos oríficios, que deitam um cheiro a perfume que podemos inalar. Quanto á Cidade de Konia, embora só a tivesse avistado através do interior do autocarro, é enorme, plana e bastante atraente com as grandes avenidas em paralelo. Cidade bem moderna.
 
Entrada para o museu com o túmulo e seus seguidores mais importantes e a Mesquita.


No interior do museu com túmulo de Mevlana ao fundo á esquerda


Os  túmulos dos seguidores de Mevlana e os seus gorros caracteristícos


A arte expressa nas paredes do museu

Mais em pormenor a arte numa parede


A caixa com as barbas de Maomé com uma cidadã a inalar o perfume que vem do interior




PAMUKALLE- O MONTE QUE VISTO AO LONGE PARECE NEVE 

Ao longe, na planície avista-se um monte com a cor verde natural, com uma mancha branca num determinado ponto parecendo neve. Não, é simplesmente o calcário de uma crosta terrestre que transborda para o exterior, a uma temperatura de 34 graus. Fazendo parte da Cidade Romana de Hierapolis, mesmo por detrás deste aglomerado de calcário. A água, desce ao longo destas colinas, ao ponto de fazer várias represas naturais, depois, a que está mais longe, a água não está tão quente como a que está mais próximo da nascente. No interior da Cidade Romana uma piscina natural com água quente em que se pode tomar banho agradávelmente. No interior da piscina, ainda mantém caídos no fundo as pedras que no tempo dos Romanos sustinha o telhado que a cobria. Uma cidade Romana HIERAPOLIS, enorme de perder de vista, em que o anfiteatro se mantém práticamente de pé a sua estrutura desde a sua origem. A água deveria ser a razão da existência desta cidade Romana. Como se sabe a água para banhos era uma das suas principais preferências. De resto, hoje também não desprezamos estas fontes calóricas. O próprio Hotel, a 3 km onde pernoitámos, existia o hotel naquele local porque recebia as mesmas águas quentes, onde, no seu interior podemos tomar um belo banho em piscina coberta, com a água a 34 graus, e depois um jácuzi. Estava-se melhor dentro de água que fora.
A Cidade Romana de Hierapolis



Calcário em pedra

A 1ª represa em que a água é mais quente


As várias represas ao fundo


Foto tirada de um outro plano


A piscina de água quente na cidade Romana com as pedras que sustentavam a cobertura no interior


A mesma piscina Natural e o verde á volta


Um aspeto da cidade Romana. Ao fundo após o verde das árvores segue o calcário da montanha



A CIDADE ROMANA DE EPHESUS (EFESO)

EPHESUS. Se Hierapolis, a poucos kms era uma grande cidade, então Ephesus é gigante na sua dimensão e preservação. É uma das maiores na reconstrução. As 3 grandes avenidas onde se circula apinhadas de gente. As frentes dos edificios,  e o Coliseu, ou anfiteatro espetacular ainda hoje. Lá em baixo, o som ainda se propaga de forma, quem esteja sentado nas bancadas se a apercebe da boa sonorização. As latrinas, a meio da avenida com a furação própria para assento, e a forma como os dejetos seriam desviados do fundo. Num outro local uma imagem esculpida em pedra que originou o nome da "NIKE". E ainda uma outra que deu origem a cobra que simbolizam as farmácias. De resto, só vendo, se valoriza a importância que os Romanos tiveram na sua época, e neste local.   
Uma das avenidas

Reparem em frente. Em vez de recuperarem com pedra, fizeram com cimento. Foi obra de Americanos. Houve que disse-se que se chamassem os Portugueses recuperavam melhor !!!!!!!!! Com pedra.
Pórticos em recuperação 


Mais um entre muitos colocados de pé 
Grandeza, o que os romanos faziam

No centro do anfiteatro, olhando para cima era colossal. Cabiam 25000 pessoas


Já nesta altura havia wc publicos mesmo ao lado da avenida principal



A origem do simbolo das farmácias atuais



A escultura que deu origem á conhecida marca "NIKE"




O MONTE EM QUE A VIRGEM MARIA TERIA VIVIDO O RESTO DOS SEUS DIAS


Conta a história que após a morte de Jesus, Maria teve de fugir de Israel devido á permanência dos Romanos. Caminhou para Ephesus, e viveu na cidade durante algum tempo e depois partiu para um lugar mais seguro escolhendo o monte a alguns kms onde permaneceu o resto da sua vida com alguns seguidores seus nesse local. Foi construída uma pequena igreja, onde vivia. Hoje é um lugar onde os Cristãos se deslocam em visita, ao local. Este local foi descoberto no século XVIX, após o sonho de uma cidadã alemã , que sem conhecer o local garantiu que foi ali onde viveu a Virgem Maria. Mais tarde, foi descoberto o local. O Papa Paulo VI, teria sido o 1º Papa a reconhecer o local, e a partir daí, passou a ser um local visitado regularmente.
A Igreja ou capela isolada no monte onde viveu a Virgem Maria



O interior com a imagem da Virgem Maria




No local faz-se um pedido escrito num qualquer papel á Virgem Maria e é colocado neste muro.


A TURQUIA

A Turquia. Antes de partir de Lisboa julgava que iria encontrar um País com aspeto muito pobre, sem organização, idêntico por exemplo ao Egito, onde a desorganização é total, ao ponto de até as viaturas circularem a noite sem luzes. Turquia, País afável e seguro, embora o que ouvimos nas notícias por cá dizendo quase o pior do Mundo. Circulei pelas ruas de algumas vilas e cidades, fora do grupo sempre, á noite, e misturei-me com outras pessoas. Inclusivé, entramos num pequeno super mercado para fazer compras, e em lojas do tipo bazar. Em Istambul, no dia que cheguei, e recolhidos ao hotel após o jantar, cerca das 23:30h, saí e fui conhecer sozinho, as ruas da cidade. Num dos cruzamentos um carro de combate parou, na rua, o condutor saíu e foi ao bar em frente comprar algo para beber. Percebi, entretanto ser normal estas viaturas fazerem patrulhas. Na cidade de Izmir, e também depois do jantar, no hotel, saímos para ir até a zona ribeirinha, pois não podia vir embora sem conhecer o mar Egeu. Nesta altura passei pelo meio dos migrantes Sírios, que se encontravam reunidos numa praça. Mesmo aqui verifiquei que é um Pais seguro e interessante. Por exemplo, em Konia no centro do País as mercearias fecham cerca da meia noite, e as caixas de fruta continuaram na rua, com as portas fechadas, o que prova a educação que o Turco tem. Na condução, também conduzem relativamente bem. Após a minha vinda, comparo a maneira de viver dos Turcos idêntica á nossa. Quanto á religião, é um País laico onde qualquer crença ou etnia pode viver. Esta é a minha opinião embora saiba que, tem grandes problemas internos como os Curdos e Arménios, mas aí não comento, porque é uma questão política. Mas se gostava de voltar á Turquia? gostava sim, mas na intenção de estar 3 ou 4 dias só em Istambul, porque é uma cidade com tanta história como Roma antiga, e pouco conheci daquela cidade que tem 15 milhões de habitantes. 


JGJ